O Egito, convocou e sediou a Cúpula da Paz, no Cairo, realizada neste sábado (21) sem a participação de Israel e de autoridades de primeiro escalão dos Estados Unidos (EUA). Líderes árabes disseram que esperavam que os participantes defendessem a paz e a retomada de esforços para resolver a busca de décadas dos palestinos por um Estado.
No entanto, a reunião terminou sem que líderes e ministros das Relações Exteriores concordassem com um comunicado conjunto, após duas semanas do conflito que matou milhares e provocou uma catástrofe humanitária no enclave bloqueado de Gaza, com 2,3 milhões de pessoas.
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Diplomatas que participaram das conversas não estavam otimistas de que haveria um avanço, com Israel preparando-se para invadir Gaza por terra a fim de eliminar o grupo militante palestino Hamas, que se infiltrou em suas cidades em 7 de outubro, matando pelo menos 1.400 pessoas.
O Ministério da Saúde de Gaza, pertencente ao grupo militante palestino Hamas, informou hoje que os ataques aéreos e com mísseis de Israel mataram pelo menos 4.385 palestinos desde o ataque do Hamas.
Países árabes e muçulmanos
Enquanto países árabes e muçulmanos cobraram o fim imediato da ofensiva de Israel, os ocidentais expressaram objetivos mais modestos, como alívio humanitário para os civis.
O rei Abdullah, da Jordânia, denunciou o que chamou de silêncio global sobre os ataques de Israel, que mataram milhares em Gaza, área controlada pelo Hamas, e deixou mais de 1 milhão de pessoas sem moradia.
Ele cobrou uma abordagem imparcial para o conflito entre israelenses e palestinos. “A mensagem que o mundo árabe está ouvindo é que as vidas palestinas importam menos que as israelenses”, disse, acrescentando que estava ultrajado e em luto pelos atos de violência contra civis inocentes em Gaza, na Cisjordânia, sob ocupação israelense, e em Israel.
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O presidente palestino, Mahmoud Abbas, afirmou que os palestinos não serão deslocados ou expulsos de suas terras. “Não iremos embora, não iremos embora”, disse ele na cúpula.
Países europeus
A França defendeu um corredor humanitário para Gaza que, segundo ela, poderia levar a um cessar-fogo. Reino Unido e Alemanha pediram que o Exército de Israel se contenha, e a Itália disse que é importante evitar uma escalada. Para o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, o principal objetivo da cúpula foi “ouvir uns aos outros”.
Cessar-fogo
A reunião teve o objetivo de discutir como evitar uma guerra regional mais ampla. Mas diplomatas sabiam que um acordo seria difícil por causa das sensibilidades em torno de pedidos por cessar-fogo e sobre incluir menção ao ataque do Hamas e ao direito de Israel de se defender.