Carlos Augusto Ferreira, Secretário de Maringá, teve seu nome e bens restituídos após Juízo Federal de Curitiba reconhecer erro da Polícia Federal; ele afirma: “o dano causado à minha família foi enorme”.
Maringá, PR – O secretário da Fazenda de Maringá, Carlos Augusto Ferreira, foi formalmente excluído do inquérito da Polícia Federal que apura lavagem de dinheiro do narcotráfico internacional por meio de fintecs. A decisão, proferida pelo Juízo da 23ª Vara da Justiça Federal de Curitiba, foi divulgada nesta segunda-feira (8).
A determinação judicial acolheu o pedido da defesa e ordenou a restituição de todos os bens e objetos apreendidos em endereços de Ferreira. O juiz federal também determinou a retificação da autuação do inquérito policial, número 50430528420254047000, para que a “situação” de Carlos Augusto Ferreira conste como “arquivado” naquele processo eletrônico.
O Ministério Público Federal (MPF) já havia manifestado “ausência de interesse na continuidade das medidas assecuratórias e de busca e apreensão em desfavor de CARLOS AUGUSTO FERREIRA” em 28/11/2025. Os bens do secretário, incluindo quatro veículos, um celular e um computador, foram liberados no dia 2 de dezembro.
Confira como foi a coletiva de imprensa
O Custo Pessoal e a Prova de Inocência
Em coletiva de imprensa realizada na manhã desta segunda-feira (8), o secretário, visivelmente emocionado, falou sobre o impacto da investigação em sua vida e na de seus familiares.
“Olha, o dano causado à minha família foi enorme. Isso me emociona. Isso não tem preço. Então, estamos aliviados por provar o óbvio: que nós somos inocentes” [00:12], declarou Ferreira ao comentar sobre o desgaste.
Ele reforçou sua total isenção com o caso, afirmando que sequer foi objeto da investigação:
“Eu não fui nem investigado, não fui processado, não fui jogado. Então, imaginem vocês pagar por algo que vocês não devem” [00:00], questionou o secretário.
Ao ser questionado sobre os custos, que classificou como “milionários” para a defesa, Ferreira reiterou que a motivação não era material: “Tem coisas na vida que não tem preço. […] [é] tomar cuidado para que isso não se repita com outro cidadão” [00:52].
A Origem do Erro e a Defesa Técnica
Ferreira descreveu o caso como um “erro crasso e evitável” da Polícia Federal, que teria confundido seu nome com o de um dos sócios da fintec Pinbank que reside em Miami.
- Ponto de Partida: O envolvimento começou com uma mensagem de áudio de 20/12/2022, onde um interlocutor pedia a um “Carlão” para movimentar R$ 40 mil, utilizando um telefone com DDD dos EUA [07:58].
- O “Erro Técnico”: O secretário relatou ter conversado com o delegado do inquérito, Eduardo Verza, que lhe disse que “houve um erro técnico no Banco de Dados da Polícia Federal” [01:11].
- Defesa Rápida: O secretário ressaltou que “em 48 horas identifiquei o dono do telefone, seu endereço e da empresa”, gastando apenas R$ 100,00 na consulta de órgãos públicos e empresas privadas nos EUA [02:12]. A inocência foi provada porque o celular não era seu, o áudio não tinha sua voz (comprovado por perita) e ele nunca assumiu a presidência da Pinbank.
O caso foi resolvido em 43 dias corridos, entre o mandado de busca e apreensão, em 16/10/2025, e a decisão judicial em 25/11/2025.
Ferreira acrescentou que, “por motivações pedagógicas, pois precisamos aprender com os nosso erros”, seus advogados estão estudando medidas reparatórias a serem tomadas [00:33].





