O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou neste sábado o fechamento completo do espaço aéreo “sobre” e “nos arredores” da Venezuela, elevando drasticamente a escalada de tensão entre Washington e o governo de Nicolás Maduro.
A ordem, divulgada por Trump em sua rede social Truth Social, vem em meio a manobras militares americanas de larga escala no Caribe, que incluem a mobilização de milhares de militares e do maior porta-aviões do mundo.
Em sua publicação, Trump foi direto:
“A todas as companhias aéreas, pilotos, narcotraficantes e traficantes de pessoas: por favor considerem o espaço aéreo acima e ao redor da Venezuela fechados em sua totalidade.”

Até o momento do fechamento desta notícia, o governo venezuelano não havia emitido uma resposta oficial ao anúncio. Embora a mensagem não traga detalhes sobre como o fechamento será implementado, ela representa a maior pressão exercida pelos EUA na região até o momento.
Manobras Militares e Suspeitas de Mudança de Regime
Washington afirma que o objetivo de seu destacamento militar no Caribe, que já dura duas semanas, é exclusivamente conter o tráfico de drogas para os EUA.
No entanto, tanto o governo de Caracas quanto diversos analistas internacionais acreditam que o verdadeiro objetivo das manobras e da crescente pressão é, na verdade, forçar uma mudança de governo na Venezuela.
- Ações Contra o Tráfico: Desde o início de setembro, a força naval dos EUA atacou cerca de 20 embarcações suspeitas de tráfico de drogas no Pacífico e, principalmente, no Caribe.
- Controvérsia sobre Direitos Humanos: Estas ações resultaram na morte de mais de 80 pessoas. Algumas organizações de direitos humanos descreveram os ataques como “execuções extrajudiciais” que violam o direito internacional.
Caos no Tráfego Aéreo Já Estava Instalado
O anúncio de Trump se segue a uma semana de intensa paralisação no setor de aviação venezuelano:
- Alerta da FAA: Na semana passada, a autoridade de aviação dos EUA (Federal Aviation Administration, FAA) emitiu um alerta grave, recomendando cautela às companhias aéreas devido à “deterioração da situação de segurança e ao aumento da atividade militar dentro e ao redor da Venezuela”.
- Risco para Aeronaves: A FAA especificou que “as ameaças podem representar um risco potencial para aeronaves em todas as altitudes, incluindo durante o sobrevoo, as fases de chegada e partida dos voos e/ou para aeroportos e aeronaves em solo.”
- Suspensão de Voos: O alerta levou companhias internacionais de grande porte, como Iberia, Air Europa, Latam, Avianca, TAP, Plus Ultra e Turkish Airlines, a suspenderem suas operações.
- Revogação de Direitos: Em retaliação, o Instituto Nacional de Aeronáutica Civil da Venezuela (INAC) deu 48 horas para a retomada dos voos. Com a desobediência, na quinta-feira, o INAC revogou os direitos de tráfego aéreo de seis empresas: Iberia, TAP, Avianca, Latam Colombia, Turkish Airlines e Gol.
O fechamento do espaço aéreo decretado por Trump agora cimenta a restrição do tráfego internacional sobre a Venezuela.



